sábado, 24 de outubro de 2009

MALBEC


Sinto que não me queres mais a teus pés!!!
Então, te dou outra sugestão...
Que tal permitir-me
subir-te a cabeça?
como em delicados e deliciosos goles
perder-se numa suave tontura...
e por lá, fazer alguns estragos,
desmoronar tuas certezas
alçadas pelo muro da distância!?
Sem olhares afins,
sem olhares febris,
rédeas impostas à própria natureza!!!
Quero ruir tuas razões,
adentrar tua fortaleza,
apagar da tua cabeça,
todas tuas incertezas...
Se me permitires,
vou murmurar monossílabos,
te arrancar gemidos,
saciar tuas vontades
percorrer teu corpo
num dedilhar de prazer,
descarrilar teus versos,
provocar tempestades de desejos,
conspirar contra ti e
consumar meus ensejos.
Vou rir, chorar; ou chorar, para depois rir
te consumir sem pressa
deixar-te inebriar
e com as mãos ávidas da vontade
antecipar o gostinho amargo da saudade...
Vou ser a overdose que te entorpece
a bebida que te embriaga,
vou deitar meu corpo em tua alma...
ser uma frase,
um verso em tua poesia...
a letra de uma canção.
vou desviar teus caminhos,
te mostrar minha dança atrevida,
te desvencilhar desta prisão,
te desvendar,
te roubar o chão,
te mostrar minhas reais intenções,
ou não...
Vou...
te levar até as nuvens,
te mostrar algo mais,
confundir todas as estações,
te fazer esquecer todos
os sês, os nãos, os porquês.
Te mostrar o verdadeiro significado
do que é te querer...
Te mostrar que o nosso tempo é agora
e que basta ambos quererem
e que, se nada nos impedir...
poderemos dar tiros bêbados
a queima roupa na ilusão;
escapar da solidão;
desmascarar a desilusão...
Pois,
será que não percebes...
O quão tinto, suave, encorpado...
és tu meu vinho em forma de MALBEC...


por dill_acosta

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